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wabi sabi, japandi e minimalismo rústico.

segunda-feira, 1 de junho de 2020


Em um mundo tomado pelo caos real de uma ficção científica, ando procurando respostas que possam acalmar minha saúde mental. Bom, depois de 6 anos como diretor criativo do TheDecorLove e tendo acumulado mais de 308 mil seguidores no blog é de se esperar que minhas preferências estéticas sofram uma certa mudança depois de tanto tempo. Ainda me sinto atraído ao design minimalista e, francamente, acredito que isto não mude mais. No entanto, ultimamente tenho namorado a ideia de implementar elementos mais rústicos e imperfeitos nos interiores e é aí que entra a filosofia japonesa do Wabi Sabi.


Wabi-Sabi


Wabi-sabi (侘寂) representa uma abrangente visão de mundo à japonesa, uma abordagem estética centrada na aceitação da transitoriedade e imperfeição. Esta concepção estética é muitas vezes descrita como a do belo que é “imperfeito, impermanente e incompleto”. Uma idealização artística desenvolvida por volta do século XV no Japão, durante o período Muromachi, com bases nos ideais do zen budismo. É um conceito derivado dos ensinamentos budistas das três marcas da existência (三法印 sanbōin), nomeadamente anicca (impermanência), as outras duas sendo dukkha (sofrimento) e anatta (não-eu).

As características estéticas do wabi-sabi incluem assimetria, aspereza (rugosidade ou irregularidade), a simplicidade, a economia, a austeridade, a modéstia, a intimidade e a valorização da integridade ingênua de objetos e processos naturais. O wabi-sabi é a apreciação estética do despojamento, utilizada por Sen no Rikyu na cerimónia do chá. Refere-se ao viver uma vida comum com o despojamento, com a insuficiência ou com a imperfeição, e está relacionado às doutrinas de desapego do Zen budismo. Estes conceitos estão representados na produção artística através do rústico, do imperfeito, do monocromático e do aspecto natural. Através do wabi e sabi, é possível o alcance do vazio da mente que traz tranquilidade. wabi significa “quietude” e sabi “simplicidade” e expressam-se através da crença que os japoneses possuem por simplicidade e sutileza.


Japandi

A tendência japandi é uma mistura inteligente entre a decoração escandinava e o espírito japonês. O estilo nórdico já conquistou os interiores por seu lado funcional, acolhedor e aconchegante. Enquanto isso, o espírito japonês oferece uma estética minimalista e certamente zen. Como você pode ver, “Japandi” é simplesmente a contração do Japão e da Escandinávia. O Japandi empresta do estilo japonês o conceito estético e espiritual de Wabi Sabi. As cores suaves combinam com tons pastel para decorar as paredes e a madeira clara, específica para a estética escandinava, encontra a madeira crua, mais autêntica. Para adotar o estilo em nossa casa basta brincar com materiais, formas e móveis japandi (geralmente de linhas retas e claras, produzido em materiais locais da tua região), para criar um espaço aconchegante.


O japandi dá lugar de destaque às matérias-primas naturais: madeira, fibras naturais como vime, bambu ou rattan, mas também terracota e cerâmica ou mesmo metal. Em uma sala de estar em Japandi, a madeira clara de estilo escandinavo se mistura com a madeira mais escura, como carvalho ou nogueira, encontrada na influência japonesa. Para adicionar um toque de japandi em seu interior, basta optar por metal, couro ou até concreto em pequenos toques. Em termos de cores, encontramos os tons claros da decoração escandinava: branco, esbranquiçado, bege, rosa pálido, cinza claro. Mas o estilo Japandi oferece uma paleta mais ampla de cores. O branco é acompanhado por cores suaves e mais escuras, como verdete, ocre, camelo, azul da Prússia ou até cinza-acastanhado. O Japandi se inspira em Wabi-Sabi para encontrar beleza no que é incompleto e imperfeito. A ideia é: apostar em uma decoração mais autêntica. Objetos artesanais, móveis antigos e materiais duráveis e duradouros para se deixar seduzir por irregularidades e imperfeições.


Minimalismo rústico

Não tenho certeza de que seja de fato algo que exista, mas este é basicamente o termo que tenho usado para catalogar a junção do japandi com uma pegada leve do estilo boho, pode parecer paradoxal mas a essência do boho é o aconchego e pra mim isso é essencial. Inclusive, já tenho vários projetos de DIYs pra fazer assim que for possível (exterminem o covid-19 de uma vez!). Sobre acessórios fáceis de conseguir, a tendência do momento é decorar com folhas secas – geralmente de palma, palmeira (Areca-bambu) e claro, capim dos pampas e pluma de cana. Estes dois últimos foram minha obsessão na última semana, mas as lojas online cobram um preço absurdo por eles então me contentei com as duas primeiras.
Dica: Numa das minhas pesquisas editoriais descobri que o Paulo Biachi também anda curtindo o estilo e até o chama da mesma forma, indico a board no pinterest que ele criou para o mesmo e também os vídeos da reforma do apartamento dele que está sendo projetado com este estilo em mente.


Fonte das imagens: Pinterest

In a world filled with the real chaos of science fiction, I am looking for answers that can calm my mental health. Well, after 6 years as creative director of TheDecorLove and having accumulated more than 308 thousand followers on the blog it is to be expected that my aesthetic preferences will undergo a certain change after so long. I am still attracted to minimalist design and, frankly, I believe that this will not change anymore. However, lately I have dated the idea of implementing more rustic and imperfect elements in the interiors and that is where the Japanese philosophy of Wabi Sabi comes in.


Wabi-Sabi


Wabi-sabi (侘寂) represents a comprehensive Japanese worldview, an aesthetic approach centered on accepting transience and imperfection. This aesthetic conception is often described as that of the beautiful that is “imperfect, impermanent and incomplete”. An artistic idealization developed around the 15th century in Japan, during the Muromachi period, based on the ideals of Zen Buddhism. It is a concept derived from the Buddhist teachings of the three marks of existence (三法 印 sanbōin), namely anicca (impermanence), the other two being dukkha (suffering) and anatta (non-self).

The aesthetic characteristics of wabi-sabi include asymmetry, roughness (roughness or irregularity), simplicity, economy, austerity, modesty, intimacy and the enhancement of the naive integrity of natural objects and processes. Wabi-sabi is the aesthetic appreciation of stripping, used by Sen no Rikyu in the tea ceremony. It refers to living a common life with divestment, with insufficiency or with imperfection, and it is related to the doctrines of detachment of Zen Buddhism. These concepts are represented in artistic production through the rustic, the imperfect, the monochromatic and the natural aspect. Through wabi and sabi, it is possible to reach the emptiness of the mind that brings tranquility. wabi means "stillness" and sabi "simplicity" and is expressed through the belief that the Japanese have for simplicity and subtlety.


Japandi

The Japanese trend is a clever mix between Scandinavian decor and Japanese spirit. The Nordic style has already conquered the interiors for its functional, warm and cozy side. Meanwhile, the Japanese spirit offers a minimalist and certainly Zen aesthetic. As you can see, “Japandi” is simply the contraction of Japan and Scandinavia. Japandi borrows from the Japanese style the aesthetic and spiritual concept of Wabi Sabi. The soft colors combine with pastel tones to decorate the walls and the light wood, specific to Scandinavian aesthetics, finds raw wood, more authentic. To adopt the style in our house, just play with materials, shapes and Japanese furniture (usually straight and clear lines, produced in local materials from your region), to create a cozy space.


Japandi gives prominence to natural raw materials: wood, natural fibers such as wicker, bamboo or rattan, but also terracotta and ceramics or even metal. In a Japandi living room, light Scandinavian-style wood blends with the darker wood, such as oak or walnut, found in Japanese influence. To add a touch of Japandi to your interior, just choose metal, leather or even concrete in small touches. In terms of colors, we find the light tones of Scandinavian decor: white, off-white, beige, pale pink, light gray. But the Japandi style offers a broader color palette. White is accompanied by soft and darker colors, such as verdigris, ocher, camel, Prussian blue or even brownish gray. Japandi is inspired by Wabi-Sabi to find beauty in what is incomplete and imperfect. The idea is: bet on a more authentic decoration. Handcrafted objects, antique furniture and durable and long-lasting materials to be seduced by irregularities and imperfections.


Rustic Minimalism

I'm not sure that it is actually something that exists, but this is basically the term that I have used to catalog the junction of japandi with a light boho touch, it may seem paradoxical but the essence of boho is coziness and to me that it's essential. In fact, I already have several DIY projects to do as soon as possible (exterminate the covid-19 at once!). About easy-to-get accessories, the trend of the moment is to decorate with dry leaves - usually palm, palm (Areca-bamboo) and of course, pampas grass and cane plume. These last two were my obsession in the last week, but online stores charge an absurd price for them so I was happy with the first two.
Tip: In one of my editorial researches I found that Paulo Biachi is also enjoying the style and even calls it the same way, I highly reccoment his pinterest board that he created for the same and also the videos of the renovation of his apartment that is being designed with this style in mind.


Images' Source: Pinterest

2 comentários:

  1. oii!
    Que surpresa boa te encontrar de novo, faz anos que não te envia pelas internets da vida!
    Fiquei feliz de ver meu [largado] blog no seu blogroll (e o da Berenica tbm hahaha que louco)


    Sobre o post:
    eu conhecia a estética, mas não sabia que tinha um nome ou uma origem. É um estilo que vejo muito em algumas fotografias no Unsplash e no Pinterest. Acho bonito, mas provavelmente não teria uma casa assim porque não curto tons terrosos, haha. Acho que meu gosto para decor transita predominamente (mas não totalmente) pelo industrial, sabe? cinza, metálicos, um toque de cor... e por aí vai.

    Seu template tá lindão! Não estranho porque vc sempre teve um bom gosto danado!
    bj bj

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  2. que coisa linda esse seu blog, esse post, tudo! amei saber mais sobre esse estilo de decoração. já andava vendo muito desse estilo (e pinando muito no pinteresr) sem saber o nome ou a história, agora tô apaixonada. especialmente pela parte do "imperfeito, impermanente e incompleto" ♥

    mudando de assunto: eu amei sua página "agora" e coloquei no meu blog também, com os créditos pra cá, mas com o nome "mood" hahaha :)

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